Psicoaromaterapia



Idéias sobre PSICO.AROMATERAPIA 
como um método para consciência

            Por muitas vezes quando falo da personalidade dos óleos essenciais para algum amigo ou cliente que apresentam sintomas a serem trabalhados, escuto: “E esse olinho vai me dar tudo isso”, e logo penso com minha veia terapêutica... Não é de milagres que estamos falando neste momento, é de cuidado com o campo dos pensamentos e sentimentos que geram tamanho desconforto na nossa caminhada!
           Nessa proposta de trabalhar os aspectos psicológicos com a ferramenta da Aromaterapia utilizamos todas as mensagens trazidas pelos vegetais aromáticos, e que foram codificadas em linguagem, como meio de fomentar em nós a consciência das imagens para as quais respondemos com nossos comportamentos que nos alimentam em expressão de doença, sofrimento e distorção. 
          Por este prisma, é possível concebermos este método como um processo dedesenvolvermos a habilidade e responsabilidade da presença sobre os nossos vícios mentais e emocionais. Isso pelo fato deste método poder nos proporcionar espaço de diálogo aberto com os sintomas quando repetidamente se apresentam. É como se ao reconhecermos as personalidades das ervas aromáticas e nossa ressonância com elas a cada dor que se revela no corpo ou desânimo que sentimos, pudéssemos ter suas características como lembrete de nossa repetição e auxílio da sabedoria dos vegetais em cada molécula de sua química orgânica natural. 
            A aromaterapia, por este viés psicológico, pode sim ser considerada como uma arte mental de interpretação holística dos sintomas e um caminho alquímico de transmutação dos registros celulares. 
           Pode até ser completamente ousado tratar o trabalho da psicoaromaterapia nesta grandeza, porém não é infundado.
A exemplo disso me inspiro na experiência dos antigos alquimistas de uma época mais remota, que atuavam o método de psicologia profunda. Segundo James Hillman (2010) a alquimia fora um sistema descritivo da psique imaginal que se tornou um estágio anterior da análise psicológica, não da análise química. Todo fazer dos alquimistas estava voltado para o processo imaginativo de cultivo da alma, pelo qual exercitavam a imaginação abrigada na linguagem das substâncias concretas, projetando suas profundezas nos materiais e assim, cada elemento era considerado como metáforas personalizadas dos complexos, atitudes e processos psicológicos.
             Na alquimia encontramos o sintoma como um aspecto integral e necessário para alimentarmos o sagrado, o sentido sábio da nossa existência e, nesta perspectiva, as experiências conflitantes são consideradas fases importantes no processo de encontro com a clareza dos sentidos de estar no mundo. Para os alquímicos, através dos sintomas havia um propósito de resgate do eixo, da força que se encontrava perdida no percurso de identificação com a vida material.
              É importante ressaltar que na perspectiva desta antiga alquimia há o pressuposto de que existe um espaço e tempo essencial, a quintessência na experiência humana e os sintomas eram vistos como um afastamento do natural.
No exercício desta alquimia que retrato, os sintomas e os materiais eram apenas utilizados como veículos para transmutação dentro do próprio alquimista, da perspectiva sobre as coisas e para exploração do ato criativo de abrir o campo dos pensamentos para acessar insights psicológicos obscurecidos pelos padrões, hábitos e atitudes viciados. 
               Aí onde percebo a via de mão dupla da prática da psicoaromaterapia, quando os óleos essenciais favorecem além de uma analogia dos padrões mentais e emocionais que atuamos no momento, com os perfis psicológicos dos óleos essenciais; e sua atuação como um recurso orgânico de cuidado dos pontos de tensões no corpo e na mente, ampliando nossas possibilidades de perceber as imagens antigas que ainda alimentamos, nos impedindo de viver o agora. 


Por Maíra Darllen 
Aromaterapeuta e Psicóloga
(81) 9617.7752